Foto:
Arquivo/Eduardo Toledo/ O Taboanense.
Postada por Máquina de Cinema, para ilustrar a presente matéria.
Texto publicado no site Taboão em Foco, em 27 de outubro de
2016.
Zagati, o catador de sucatas que amava cinema, morre aos 66
anos de câncer
Da redação do Taboão em Foco
Morreu na noite desta quarta-feira (26 de outubro de 2016) José Luiz Zagati (66
anos), o catador de sucatas, que transformou a garagem de sua casa em Taboão da
Serra em um cinema e passava filmes para crianças carentes. Ele estava
internado no Instituto do Câncer onde fazia tratamento contra a doença. O
enterro aconteceu na manhã desta quarta (27) no Cemitério da Saudade. Ele deixa
9 filhos.
Zagati era um catador de sucatas apaixonado por filmes.
Durante anos, aos domingos, transformava a garagem da sua casa no “Mini-Cine
Tupy” e passava filmes em película 16 mm para as crianças do bairro Jardim
Record, com direito a pipoca.
Sua história ganhou páginas de jornais, estampou sites,
matérias nas principais emissoras de televisão e culminou com os documentários
“Mini-cine Tupy”, de Sérgio Block e “Zagati” , de Edu Felistoque , que lhe
rendeu o troféu Kikito, Oscar do cinema brasileiro.
Em entrevista há anos a Rede Record, Zagati contou como
construiu o cinema. “Comecei com os materiais encontrados no lixo, inclusive as
primeiras cadeiras. E eu recebo doações de pessoas. Pessoas que tem filme em
casa vem me trazer, encontram no lixo projeto quebrado, outros vem me trazer
fitas de vídeos. A gente começou tirando um pouquinho do que ganho. Se tenho
dez reais, tiro dois e deixo para o cinema. Se você quer fazer mesmo aquilo que
tem dentro do coração, você consegue do nada”, disse.
A jornalista Cristina Aguilera, que fazia de forma
voluntária o papel de assessora de imprensa, conta um pouco da importância
dele.
“Acompanhei e divulguei a história desde início. Zagati deu
notoriedade para a cidade de Taboão da Serra, sua história foi divulgada nas
mais importantes mídias do país e também no exterior. Hoje ele é referência
quando se fala em cinema, sua história virou vários documentários, ele ganhou o
troféu kikito, que é o Oscar do cinema nacional. Muitos que amam a sétima arte
se perguntam como um simples catador de sucatas conseguiu construir um cinema.
Talvez porque não tivessem conhecido Zagati, sua força, orgulho e amor pelo
cinema”, diz Cristina.
Recentemente, ela criou uma ‘vakinha’ virtual para arrecadar
dinheiro e ajudar a família a custear as despesas que passaram a ter após a
doença.
Texto reproduzido do site: taboaoemfoco.com.br
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