sexta-feira, 25 de outubro de 2013
segunda-feira, 21 de outubro de 2013
Como quis Méliès
Funcionário do Kinoplex em São José.
Foto: Carol Tomba.
Como quis Méliès
A arte de fazer cinema - As luzes se apagam, o projetor
funciona e a magia acontece: vida longa ao analógico!
Isabella Rabelo
São José dos Campos
A sala de cinema abre as portas. O público chega e se
acomoda em suas cadeiras confortáveis, com sacos de pipoca e refrigerantes em
mãos. Quando as luzes da sala se apagam, uma outra, vinda de uma pequena
janelinha, se acende: ela vem da cabine de projeção, onde se combinam imagens,
sons e movimentos em grandes rolos de filmes, que, somados à muita técnica,
fazem toda a magia do cinema acontecer.
Logo a sessão se inicia e o encantamento do cinema entretém
de tal forma que as pessoas não imaginam que logo acima há pessoas trabalhando
para que as imagens sejam projetadas perfeitamente na telona. Este é o trabalho
dos operadores de projeção, responsáveis por fazer muito mais que apenas
apertar o play na hora da sessão.
Os filmes chegam das produtoras separados em sacos pesados
-- dentro de até nove latas -- e precisam ter suas partes emendadas para formar
um grande rolo, que se transforma, enfim, em um filme.
O operador do Kinoplex Vale Sul, Paulo Silvério, trabalha na
área há quatro anos e explica que esse serviço requer muita atenção e destreza
para que o som de uma bela explosão não se perca em vaias do público insatisfeito
com algum problema técnico.
Cuidadosamente, Paulo explica como funciona o processo: o
primeiro passo é o enquadramento do filme para que a imagem não saia
distorcida. “Ninguém quer ver uma pessoa com a cabeça no lugar dos pés, não
é?”, comenta ele.
Depois, é feito o corte na película, para emendar uma com a
outra e dar a sequência correta do filme. Em seguida, terminada a colagem,
enquanto está passando o rolo para a bobina do projetor, ele olha no relógio e
se lembra que está na hora de soltar o play de um filme que teria de começar.
“Ih, tá na hora, espera um minuto.” Corre para o projetor, aperta o botão, e
logo retorna para continuar o processo. Logo depois, ele explica que essa
montagem ocorre em dias de estreia, que geralmente ocorrem às quintas ou
sextas.
Enquanto a fita passa lentamente para a bobina, com mais
calma e mãos ainda trêmulas, Paulo explica: “esses aros pesam, no mínimo, 20
quilos. Depois de tudo pronto, temos que levantá-lo e levá-lo para o projetor,
o que explica porque não tem mulheres trabalhando aqui, precisa ter muita
força”. Mas, oposto a isso, é necessário também ter delicadeza, pois qualquer
deslize irá refletir na qualidade da imagem exibida.
Saudosismo. Segundo o diretor de tecnologia do Cinemark,
Luciano Silva, a maior diferença entre a exibição analógica e a digital se deve
ao envelhecimento.
Enquanto o HD tem uma vida útil bastante longa, o rolo de
filme vai se desgastando com o uso. Luciano acrescenta ainda que, além disso, é
um trabalho manual, em que podem haver falhas. Mas o operador diz que se o
trabalho for feito corretamente, o público não consegue perceber se está
assistindo a um filme digital ou não, pois só quem trabalha com isso consegue
enxergar alguns sinais que piscam rapidamente na tela.
O problema de se exibir filmes dessa forma, porém, é
encontrar quem saiba executar o trabalho que Paulo faz, de operador. O Espaço
Cultural Cine Santana, em São José dos Campos, possui três projetores de cinema
para filmes 35 mm que não são utilizados. Desde 2011, não há quem os opere,
embora existam 500 filmes de mestres como Mazzaropi esperando para serem
exibidos. Edilaine Pereira, coordenadora do espaço, diz que a FCCR estuda novos
projetos na área de audiovisual para que os equipamentos possam ser utilizados.
Mas ainda que haja um certo saudosismo em relação aos filmes
cinematográficos, não há quem discorde que a tendência é a digitalização. “Os
Estados Unidos e a Europa, por exemplo, têm quase todo o mercado digitalizado.
Estamos vivendo uma das maiores transformações que o mercado de exibição já
passou, é um caminho sem volta”, comenta Luciano.
O operador disse que no Kinoplex Vale Sul duas salas já são
digitais. No Brasil, ainda não há demanda suficiente para que todos os cinemas
sejam totalmente digitalizados.
Com um olhar cabisbaixo, voltado para o projetor, ele diz
que o acha mais charmoso e bonito e até o barulho que faz é mais agradável.
Por fim, completa: “Eu acredito que dá para manter o cinema
com rolos de filmes e tudo mais, de forma que, com o tempo, ele se transforme
em uma coisa clássica, como carros ou músicas”.
Foto e texto reproduzidos do site:
ovale.com.br/viver/como-quis-melies-1.435664sábado, 19 de outubro de 2013
terça-feira, 15 de outubro de 2013
Hélio Gomes e o Cine Lapão, um casamento inesquecível
Hélio Gomes e o Cine Lapão, um casamento inesquecível
Por Pedro Moraes
Em uma sala lotada, as luzes se abaixavam e uma voz suave e
cadenciada anunciava: “Nesse horário está entrando no ar o sistema de som do
Cine Lapão, hoje, vocês vão assistir o filme Paixão de um Homem, estrelado pelo
cantor Waldick Soriano”. Desta forma,
Hélio Gomes, abria as seções do cinema da cidade, sem saber que estava entrando
para história do município por ter propiciado para tantos o contato com a
sétima arte, se tornando uma referência cultural viva na microrregião de Irecê.
Hélio Gomes nasceu em Canoão de Ibititá em 1938. Com 19 anos
a irmã que morava em Brasília resolveu voltar para o semiárido e morar Lapão,
foi então que Hélio resolveu acompanha-la com o objetivo de abrir um armarinho.
O comércio durou alguns anos, até que comprou um bar do irmão e mudou de ramo.
Porém, o ambiente não era o que ele gostaria de ficar. Relembrando a época,
Hélio conta que fechou o bar e tentou uma nova profissão vendendo tecidos e
rádios para os comerciantes locais. “Tentei ser vendedor mas esse serviço ainda
não contemplava minha opção de vida, larguei tudo e entrei no ramo de
fotografia. Fazia fotos de formaturas, casamentos e solenidades. Trabalhei uns
três anos com uma máquina Yashica, até que um amigo de Piritiba, chamado
Marotinho, arrendou um clube e fundou um cinema por lá”.
Nasce o cinema na cidade: O cinema do amigo despertou uma
nova paixão para Hélio que rapidamente pegou com Marotinho os macetes da
profissão e fundou em 68 no salão da Sociedade Cultural de Lapão, instituição
que na época era o presidente, o Cine Columbia. “O espaço cabia 50 pessoas, a
cidade não tinha energia elétrica, o projetor e as lâmpadas eram alimentadas
por um motor a óleo diesel, mas dava para fazer uma seção por dia. Quem mais
frequentavam eram as famílias e os casais de namorados, que gostavam de
assistir filmes românticos e aproveitar o escurinho do cinema,” diz Hélio
Gomes. Com o tempo, Hélio precisava de mais espaço, foi então que teve a ideia
de mudar a sala para outro ambiente. O cine Columbia ficou em uma garagem ao
lado do antigo bar e por quatro anos, apresentou grandes clássicos do cinema
nacional, com atores consagrados como Mazzaropi, Tony Viana, Oscarito e Grande
Otelo.
Sucesso de público: Em cinco de fevereiro de 75, o Cine
Columbia se transformou em Cine Lapão e mudou para um novo prédio com
capacidade para 250 pessoas. A reestreia do cinema lapoense foi marcada pelo
filme Elvis é Assim. De acordo com Hélio Gomes, “a seção estava lotada, Elvis
Presley estava no auge, ele era um sucesso. Nesse tempo, quando o filme era bom
fazíamos até três seções, com o ingresso custando aproximadamente dois cruzeiros.
O cinema deu lucro, foi onde fiz meu pé de meia,” relembra Hélio.
O cine Lapão passava películas de variados estilos,
românticos, épicos, bíblicos, de terror e os famosos e populares filmes de
“Bang-bang”(Western) e artes marciais. Hélio comenta que Love Story, Tarzan,
Digo como te Amo, O Marginal e os Dois Gladiadores foram os filmes de maior
bilheteria, porém não esquece de ressaltar que o público adorava as chanchadas
com Oscarito, Grande Otelo e Mazzaropi. “O cinema nacional dava muito público.
Lembro que filmes como Chumbo Quente com os cantores Léo Canhoto e Robertinho,
Menino da Porteira com Sérgio Reis e Roberto Carlos em ritmo de Aventura eram
garantia de sala lotada.”
Atualmente na microrregião de Irecê, não encontramos
cinemas. Mas até começo da década de 80 o sucesso era evidente. Hélio era o
responsável por distribuir os filmes nas cidades vizinhas, ele alugava as
películas em Salvador, por 150 a 200 cruzeiros e cobrava para cada cinema da
região de 20 a 50 cruzeiros por exibição. O sucesso era tamanho que o ator e
diretor Tony Vieira passou por vários municípios, onde Hélio distribuía as
películas, como em Jussara, Barra do Mendes, Cafarnaum, Uibaí e Presidente Dutra,
para apresentar os filmes e criar um vínculo maior com o público.
Fim do Cinema: Após treze anos de sucesso no novo prédio, o
Cine Lapão e diversos outros cinemas ganharam um adversário forte, o
videocassete, uma tecnologia que gerou uma crise quase que irreversível para
vários estabelecimentos do setor. Com a popularização do aparelho, os filmes
saiam de cartaz nos cinemas e em poucos meses já estavam disponíveis para
locação. Além disso, as boates e casas
noturnas nas cidades do interior se expandiam e o público dos cinemas ficava
cada vez menor. “Todas as salas da região estavam sentindo na pele, tinha
também um cinema em Barra do Mendes, esse resistiu menos e fechei. Várias
distribuidoras de Salvador que nos passavam filmes em 16mm também não resistiram
e estava ficando difícil até encontrar filmes nessa bitola”.
As salas começaram a ficar vazias, e não compensava mais
alugar um rolo de filme para passar. O único gênero que ainda atraia grandes
bilheterias eram os filmes pornôs. Foi então que Hélio decidiu investir em
filmes mais caros e realizar intensas campanhas publicitárias. Porém, a
estratégia não obteve sucesso. “Vinha tentando de todas as formas. Aluguei um
filme caro, chamado Engraçadinha, esperava levantar a moral do cinema.
Divulguei em jornais, no sistema de som, coloquei cartazes na cidade e
infelizmente foi uma decepção. Só foram 13 pessoas. Fiquei tão injuriado com
isso, porque era um filme romântico e histórico, com uma história muito boa e
não deu público, mas quando passava filme pornô era casa cheia. Gostava de projetar filmes instrutivos, que
passassem uma mensagem, não era só lucro, tinha um cinema porque achava que
estava evoluindo a cidade e ajudando a engrandecer a cultura local. Então com o
fracasso deste filme encerrei a atividade do Cine Lapão em 13 de setembro de 88
e não tentei mais voltar com ele,” desabafa.
Com a decepção, ele saiu de Lapão e foi morar em Salvador.
Chegando na cidade, abriu uma mercearia mas logo voltou para área, se tornando
um dos gerentes da Orient Cinemas, atualmente uma das maiores distribuidoras de
filmes do estado. Hélio gerenciou as
salas do Brotas Center, Center lapa, Cine Itaigara, Tamoio, Excelsior, Cine
tupi e Cine Jandaia de Salvador. Anos mais tarde, voltou para Lapão, onde mora
com sua esposa Evanilde, com quem é casado há 43 anos, ao lado do antigo
cinema. “Sinto muita falta daquela época, além de ser apaixonado por cinema,
meu desenvolvimento financeiro e cultural foi propiciado por ele. Não tenho
como não sentir a falta. Quando entro naquele salão sinto muitas saudades de
uma época que me trouxe felicidades, penso em reformar esse local e criar um
espaço cultural, onde possa alugar para festas e fazer umas seções de filmes.
Tem muitos jovens na cidade com ideais de teatro e outras artes e que não tem
um ponto de sustentação, esse salão vai ser esse espaço” promete Hélio Gomes.
Publicado pelo Blog de Pedro Morais, em 24/12/2009.
Foto e texto reproduzidos do blog: pmoraes.wordpress.com
sexta-feira, 11 de outubro de 2013
terça-feira, 8 de outubro de 2013
Era do cinema analógico chega ao fim depois de 125 anos.
Hannibal Goodwin inventou o celuloide em 1887.
O projecionista Oliver Hauschke comemora as novas técnicas.
Nicole Wegner: 'saudosismo'.
Rolos de filme chegam a pesar até 25 quilos.
Era do cinema analógico chega ao fim depois de 125 anos.
A invenção do rolo de celuloide deu início à história da
imagem em movimento. Hoje, 125 anos mais tarde, chega ao fim a era da projeção
analógica. E até as pequenas salas de cinema se curvam à tecnologia digital.
Oliver Hauschke, projecionista de um cineclube em Colônia,
no oeste alemão, trabalha há 15 anos no setor, projetando em média 14 filmes
por dia. Um trabalho árduo. "O filme é enviado em uma lata, dentro da qual
ficam guardadas as partes do rolo de filme. Temos que 'colar' essas partes umas
nas outras. Só para isso precisamos de uma hora", conta Hauschke.
Apertar o play.
Já nas salas multiplex de cinema, a projeção digital já é
padrão. No Cinenova, onde Hauschke trabalha, a nova tecnologia só foi inserida
há pouco. Em uma das três salas do cineclube, os filmes terão projeção digital,
sem os rolos de filme. Todos os procedimentos manuais tornaram-se supérfluos
desde a inserção da tecnologia digital. Hauschke confessa sua satisfação e diz
não ter problemas em se despedir dos velhos rolos de filme.
Já a projecionista e cineasta iniciante Nicole Wegner vê a
coisa com outros olhos. Ela adora usar o equipamento antigo. "É ótimo
ligar um projetor. Aí ele começa a crepitar e a luz se acende. É lindo. Agora,
com a tecnologia digital, meu trabalho não é mais tão agradável", diz ela.
Com a projeção digital, o filme chega em um disco rígido ou em forma de arquivo
no servidor, que por sua vez está ligado ao projetor. O projecionista não tem
muito o que fazer.
"É preciso apenas apertar o play e pronto. Tudo
acontece automaticamente: as cortinas se abrem, a luz se apaga, o projetor é
ligado e o filme começa. No final, tudo funciona automaticamente de novo, no
sentido oposto", descreve Wegner.
A eterna rotina de colocar e tirar filmes, cortar e separar
deixa os dedos sujos, relata Hauschke. Ele não tem mais vontade de trabalhar
desta forma.
Já para Nicole Wegner, a profissão de projecionista sempre
foi um ofício artesanal que, como todos os outros, deixa as mãos sujas. Mas ela
também vê as vantagens da nova tecnologia. "Não poderia ter feito meu
último filme se tivesse sido obrigada a rodar analogicamente. Eu tinha 80 horas
de material bruto. Revelar isso tudo não seria praticável do ponto de vista
financeiro", analisa a projecionista e cineasta.
"Queremos uma imagem perfeita?"
A fase de testes com o projetor digital no Cinenova, onde
Hauschke e Wegner trabalham, transcorreu sem maiores problemas. "Foi ótimo
quando pude testar a nova tecnologia pela primeira vez", conta Hauschke.
Ele está absolutamente convencido da qualidade da projeção digital.
"A imagem é mais nítida que no rolo de 35 milímetros. E
posso passar o filme várias vezes, sem que ele fique gasto. O rolo de filme vai
ganhando riscos com as projeções frequentes e ficando mais opaco", fala o
projecionista.
Já Wegner se pergunta se isso incomoda, de fato, o
espectador: "Queremos uma imagem perfeita? Gosto da imagem que respira, da
imperfeição dentro dela, quando o filme encalha, porque ali as partes foram
coladas".
Os primórdios dos rolos de filme.
A sujeira dos dedos dos projecionistas do futuro não teve
ter sido algo em que o religioso norte-americano Hannibal Goodwin, que patenteou
o celuloide há 125 anos, em 1887, tenha pensado. Sua invenção na época
significou uma revolução, uma vez que as imagens, antes, só podiam ser gravadas
em lâminas de vidro sensíveis à luz. Com o advento do celuloide, o filme se
tornou praticamente infinito, já que passou a ser possível colar quantos filmes
se quisesse uns nos outros. A sequência de 24 quadros por segundo é o que o
olho humano registra como uma imagem fluida.
Mas foi o empresário George Eastman que conseguiu
comercializar o celuloide de maneira bem-sucedida. O fundador da Kodak tornou a
câmera com rolo de filme de celuloide acessível a qualquer pessoa. Em 1888, ele
lançava no mercado a Kodak N°1 – câmera fotográfica compacta e leve. No
entanto, o celuloide provou ser altamente explosivo e não foi mais usado desde
os anos 1950. Desde então, passou-se a usar o rolo de filme de poliéster.
Peça de museu.
A falência da Kodak no início deste ano foi o início do fim
do filme de rolo. Embora haja até hoje filmes rodados em película de 35mm, a
pós-produção é feita há anos com tecnologia digital. Grandes produções, como
Avatar ou O Hobbit, são filmadas exclusivamente com uso de tecnologia digital.
Os distribuidores são os que obtêm mais vantagens com a
digitalização do cinema, pois economizam os altos custos das cópias e do
transporte de rolos de filme, que podem pesar até 25 quilos. Por outro lado, as
salas de cinema são obrigadas a arcar com os custos da adaptação à tecnologia
digital. Um projetor novo custa entre 60 e 80 mil euros.
Os pequenos cineclubes não têm, porém, alternativa. Daqui a
pouco, os rolos de filme convencionais irão se extinguir. E a profissão do
projecionista vai se tornar cada vez mais dispensável. Hauschke já teve sua
carga horária reduzida e está pensando em encontrar outra profissão. Já Wegner
quer continuar fazendo e projetando filmes – de preferência analógicos.
Autora: Silke Wünsch (sv)
Revisão: Francis França
DW.DE.
Fotos e texto reproduzidos do site:
domingo, 6 de outubro de 2013
terça-feira, 1 de outubro de 2013
Visita ao acervo do Seu Camillo
Canoas/RS, julho de 2010:
Visita ao acervo do pelotense José
Carvino da Silva Camillo, o popular "Seu Camillo" - projecionista,
distribuidor de filmes, técnico cinematográfico, colecionador, ator, célebre
personagem do cinema gaúcho!
Fotos e legenda reproduzidas do blog: cristianozanella.blogspot.com.br
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