"Baiano" posa com o antigo projetor do Cine Pedutti,
equipamento, como ele, já “aposentado”...
Publicado originalmente no site Debate News, em 16 de agosto de 2017
O aposentado Walter Gomes da Silva, que trabalhou a vida inteira no cinema, vai receber menção honrosa.
Uma vida no cinema
Por Sérgio Fleury Moraes
Pouca gente conhece Walter Gomes da Silva. Mas o apelido de
“Baiano do Cinema” imediatamente remete à lembrança dos “anos dourados” do
antigo Cine Pedutti, de Santa Cruz do Rio Pardo, que uniu gerações através da
“sétima arte”. Hoje aposentado, Walter será homenageado pela Câmara de
Vereadores na noite desta quinta-feira, 17, quando vai receber o título
honorífico de “honra ao mérito”.
O projeto foi apresentado pelo vereador Cristiano Neves
(PRB) em março. Na mesma noite, também receberá o título de cidadão o
funcionário aposentado Osmar Aparecido Costa Ribeiro, que trabalhou muitos anos
na antiga Usina de Reciclagem de Lixo e na Codesan. Desta vez, o projeto teve
como autor o vereador Cristiano de Miranda (PSB).
A entrega dos dois títulos será a partir das 19h30 de
quinta-feira no plenário da Câmara de Santa Cruz do Rio Pardo, em sessão
solene.
Walter Gomes, o “Baiano do Cinema”, mostra antigos
boletins com a programação semanal do cinema
boletins com a programação semanal do cinema
No caso de Walter “Baiano” Gomes, é uma homenagem ao
trabalhador cuja vida se confunde com o cinema de Santa Cruz do Rio Pardo,
cidade onde nasceu e mora até hoje.
“Baiano”, que devido à profissão teve o “cinema”
acrescentado ao apelido, trabalhou desde adolescente no antigo Cine Pedutti,
que em 1985 foi adquirido pelo município, no governo de Onofre Rosa de
Oliveira, e transformado no “Palácio da Cultura Umberto Magnani Netto”. Antes,
foi engraxate e cobrador de ônibus. No cinema, foi “lanterninha” — funcionário
que percorre os corredores com uma pequena lanterna nas mãos — e projetor de
filmes, além de bilheteiro e porteiro. Ele também distribuía boletins de
programação do antigo cinema.
Contratado pela prefeitura, Baiano continuou operando os
antigos projetores de filmes até se aposentar. Em várias entrevistas ao jornal,
ele contou que se orgulha de ter vivenciado namoros que se transformaram em
casamentos da sociedade. Ele, na verdade, “vigiava” os casais para as famílias.
Walter costumava destacar as filas enormes que os filmes de
Mazzaropi provocavam nos anos 1960 e 1970, algumas vezes com até dois
quarteirões. Em décadas como operador do projetor, Walter ensinou o ofício a
muitas pessoas.
No entanto, “Baiano” também participou de ações beneméritas.
Durante muitos anos, ele foi o “Papai Noel” da praça central de Santa Cruz do
Rio Pardo nos finais de ano. Distribuindo balas e sorrisos, sempre levou
alegria às crianças.
Texto e imagens reproduzidos do site: debatenews.com.br
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