quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

(...) Amor pelo cinema na capital federal


 Texto publicado originalmente no site MEDIUM, em 20 de maio de 2020

O audiovisual com a cara de Brasília

Por Júnior Meirelles

Histórias de quem dirige, produz e exibe o amor pelo cinema na capital federal

Reportagem: Andreza Lorrane, Júnior Meirelles e Priscila Ferreira

Desde o início, a capital federal foi pensada estrategicamente para se tornar o centro do país, geografica e economicamente. O quadradinho trouxe junto com o projeto de JK um emaranhado de histórias para construir uma nova, o que envolveu também a cultura e as diferentes manifestações artísticas, como música, arte, cinema e audiovisual.

E por falar em cinema e audiovisual, vale lembrar que a cidade já nasceu com um todinho só para ela, o Cine Brasília, que hoje é palco de um dos mais prestigiados festivais de cinema do país, o Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Além disso a cidade também foi a primeira a lançar o curso de educação superior de audiovisual e cinema do país.

Encontramos artistas que dizem que Brasília é um poço de criatividade aberto, quem se dedica à cultura aqui não troca a cidade por nenhuma outra, pois assunto é o que não falta. Assim, também aconteceu com o documentarista e cineasta Vladimir Carvalho, que está na cidade há mais de 50 anos e transformou muita coisa que viu e viveu em filme, além de ser dono de um acervo que registra muito desta história.

“Eu sou colecionador compulsivo e guardo as coisas. Como estou em Brasília há meio século, guardei muito equipamento, recortes de jornal, arquivos fotográficos de filmes, etc. Não tinha como eu preservar isso no espaço de um apartamento, então me mudei para uma casa na W3 Sul e coloquei o nome dessa instalação de ‘Fundação Cinememória’”, explica Vladimir.

Vladimir Carvalho: cineasta que construiu sua história junto com a cidade

Vladimir Carvalho tem 85 anos e é um ícone do cinema brasileiro e, principalmente, do cinema brasiliense, pois contribui até hoje para a história e construção do recente mercado audiovisual de Brasília, que nasceu junto com a cidade e completou 60 anos no último 21 de abril. Além de cineasta, é também professor da Universidade de Brasília (UnB) e ajudou a formar outros profissionais da área.

Natural de Itabaiana, cidade do interior da Paraíba, Vladimir conta saudosamente como o seu amor por cinema começou. “Sou filho de um homem que era cinéfilo inveterado, então a família já vivenciava isso na década de 1930. Com 5, 6 anos de idade eu já frequentava o cinema por conta dele que gostava muito (…) e o cinema formou gerações e gerações, ele tem mais de 130 anos de existência, ou seja, tem uma longa carreira do próprio cinema que construiu uma mentalidade no mundo inteiro, tanto de espectadores quanto de pessoas que passaram a ver no cinema uma possibilidade de expressão, que foi o meu caso”, lembra o cineasta.

Ele se mudou para Brasília em 1969 a convite de Fernando Duarte, para fazer parte de um projeto na UnB e criar um núcleo cinematográfico do Centro-Oeste. O projeto duraria mais ou menos dois meses, porém os dois meses viraram 51 anos, após se tornar professor do primeiro curso superior de cinema, quando ele resolveu ficar. “Foi uma grande lição de vida, conhecimento e aprimoramento das minhas experiências anteriores (no Rio de Janeiro e Bahia)”, afirma Vladimir.

O cineasta contribuiu com filmes documentais importantes do cinema brasileiro, como Barra 68, Conterrâneos Velhos de Guerra e País de São Saruê. Este último passou anos sob a censura da ditadura e ganhou o Prêmio Especial do Júri do Festival de Brasília (1979). Sobre as premiações, ele explica: “Nós, que estamos na atividade, ao participarmos de festivais e premiações, geralmente corremos o risco de ser premiado”, brinca.

O legado e a história cinematográfica que ele carrega em si é um verdadeiro incentivo à arte do cinema e do audiovisual de Brasília. Vladimir se considera candango, assim ele afirma em entrevista concedida ao jornalista Daniel Zukko ao canal Minha Brasília, a qual podem conferir no vídeo a seguir...

Texto e imagem reproduzidos do site: medium.com

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