terça-feira, 7 de novembro de 2023

'Cinéfilo e Colecionador', por Edivaldo Moura




Marco Jatene em Memórias do Cine Argus

Publicação compartilhada do blog MEMÓRIAS DO CINE ARGUS, de 3 de janeiro de 2016

Cinéfilo e Colecionador
Por Edivaldo Moura 

O Cine Argus formou uma geração de cinéfilos. Vários de seus antigos expectadores hoje colecionam filmes, pôsteres e diversos produtos relacionados à sétima arte. Um cinéfilo em particular possui uma coleção grandiosa e invejável de materiais promocionais do Cine Argus. Estamos falando do repórter Marco Jatene.

"Assiduidade do cinema é que como se a gente fosse pra uma missa, né. Quase todo o final de semana a gente tava lá firme e forte. Quando não, ia na segunda. Que era reprise. E o legal foi isso. Era outro mundo, me abriu as portas pra muita coisa", relembra Marco Jatene (ou Marcão, como é popularmente conhecido em Castanhal) em entrevista ao filme Memórias do Cine Argus. Com ele, temos não apenas o depoimento de um assíduo frequentador do antigo cinema de rua de Castanhal, mas de alguém que conseguiu conservar, além das memórias, também fontes materiais. Marcão tem a posse de vários posteres e cromos originais utilizados no Cine Argus. Quem frequentou o Cine Argus lembra que, no saguão de entrada, eram afixados os posteres dos filmes exibidos e das próximas atrações. O filme em cartaz tinha em exposição um poster e ao lado alguns cromos que apresentavam cenas do filme. Por ocasião do fechamento do Cine Argus, Marcão salvou vários desses materiais, os quais hoje guarda com muito carinho. Ele nos contou como foi.

"Na realidade, eu sempre tive uma vontade, desde criança, de conseguir material de cinema, pôsteres, souvenires, alguma coisa assim. E eu fiz uma amizade com a família Carneiro e eles acabaram me cedendo algum material. E isso eu acabei pegando gosto pela coisa e todo cinema que eu ia, eu ficava perturbando a turma, “ei, eu quero isso, eu quero aquilo, consegue pra mim e tudo mais" [...] Quando o cinema fechou, o Amílcar me chamou e disse “Marcos, a gente tem um material assim, você pode levar o que você quiser, que provavelmente vai ser queimado". Aí eu dei uma garimpada, agradeci muito o Amílcar, consegui um material muito antigo, um material legal, e isso aumentou muito o meu acervo".

Marcão apresentou com orgulho vários itens de sua coleção, obtidos no Cine Argus. Dentre eles, destaque para os pôsteres e cromos de A Vida de Cristo, Zorro, Tarzan, Loucademia de Polícia, Operação Dragão, Scarface, Marnie - Confissões de uma Ladra, 007, alguns filmes com Chucky Norris, Costinha e Grande Otelo e Debi & Lóide, o último filme exibido pelo Cine Argus, em 1995.

A entrevista de Marco Jatene foi realizada na entrada do Cine Sesc, em Castanhal, em frente a uma pintura do Cine Argus dos anos 40 e próximo às únicas poltronas conservadas desse querido e inesquecível cinema. Dentre as várias histórias contadas, Marcão lembra do episódio hilariante do dia em que o Cine Argus fez sua primeira projeção em dolby stereo, com o filme Terremoto, e muitas pessoas se assustaram com os efeitos sonoros dos tremores provocados pelas diversas caixas de som ao redor do cinema, com os expectadores mais gaiatos gritando "Terremoto! Terremoto!".

Por uma delimitação de tempo, a coleção de Marcão Jatene não é apresentada no curta Memórias do Cine Argus, mas é material certo para a versão em longa metragem, que deve ser apresentada em março de 2016.

Texto e imagens do blog: memoriasdocineargus blogspot com

Nenhum comentário:

Postar um comentário