Publicado originalmente no site de O Mensageiro, em 3 de dezembro de 2018
O “chão de vidro” que guarda a memória do Cinema Cisne
A memória do cinema local é preservada de modo inusitada e
original em Santo Ângelo. Um chão de vidro deixa exposta a representação da
primeira sala de projeção...
Chão de vidro - sala de memórias do Cine Cisne (3) (Copy)Foi
construída no hall de entrada do Cinema Cisne em Santo Ângelo, uma sala
subterrânea com três metros de profundidade e cobertura de vidro temperado. Há
cerca de quatro meses este curioso compartimento expõe o primeiro projetor do
Cine Cisne. O equipamento está em perfeito funcionamento, é da marca alemã
Bauer e tem quase 60 anos.
Ele foi utilizado até o ano de 2012 e já reproduziu
quilômetros de películas e milhares de filmes. A sala representativa é composta
pelo projetor, cadeiras, retificador, amplificador, uma televisão e demais
equipamentos utilizados nas antigas projeções de películas. Ainda conta com um
boneco realista, apelidado de “Alfredo”. O personagem que habita a sala recebeu
o nome inspirado no filme “Cinema Paradiso”, cujo protagonista era um
projetista com nome de Alfredo, no filme ele ensinava o funcionamento das salas
de projeção para o menino Toto.
O chão de vidro que expõe a sala de memórias do Cine Cisne,
fica no hall de entrada, é composto de uma estrutura de ferro e blocos de vidro
de 16mm. O local desperta sensações nos visitantes, que podem pisar no vidro,
tirar fotos e conhecer um pouco mais da história do cinema.
O diretor do Cinema Cisne, Flávio Panzenhagen explica que a
ideia de construir a sala coberta por vidros surgiu durante as ampliações do
cinema, que conta com três salas, todas com tecnologia 3D.
“Foi uma tentativa de preservar a história do Cinema Cisne
de uma forma diferente. Em um primeiro momento a ideia era expor o projetor e
os equipamentos no hall de entrada do cinema, que talvez ocupasse muito espaço
e não tivesse a mesma visibilidade. Aí, surgiu à ideia de criar algo diferente
e fazer a sala coberta com vidro”, explicou o diretor.
Flávio também conta que as reações das pessoas, ao passar
sobre o vidro, são variadas. “Tem aqueles que não passam ali, de jeito nenhum.
Outras aproveitam para tirar fotos”, conta Panzenhagen, que ressalta ainda que
o vidro é temperado, possui camada dupla, película e pode ser retirado para a
limpeza. Com mais de 50 anos de história, o Cine Cisne é o único cinema ativo
em Santo Ângelo e um dos mais antigos do Estado. Com três salas, possui a
capacidade para exibir mais de um filme de modo simultâneo.
Texto e imagens reproduzidos do site: jom.com.br
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