Publicado originalmente no site JORNAL FATO, em 9 de maio de 2020
Projetor antigo de cinema chama atenção em Cachoeiro
O filme de estreia era "Ladrão de Casaca” com Grace
Kellly
Por Ramon Barros *
Quem passa por um centro comercial no bairro independência
já deve ter notado um equipamento, que para muitos jovens é algo desconhecido.
Para outros, uma viagem no tempo. Trata-se de um projetor adquirido para a
inauguração do antigo Cinema São Luís que depois ganhou o nome de Cine Plaza,
em Cachoeiro de Itapemirim na década de 1950. De acordo com o empreendedor do
centro comercial, Adhemar Reis "Trata-se de um empreendimento novo,
preservando a memória de Cachoeiro", diz. O projetor estava guardado e
suas características foram preservadas: "Estamos fazendo uma limpeza
detalhada nele. Não vamos nem pintar" conclui Adhemar.
As fotos do projetor são de Juarez Letaef, cinéfilo
conhecido na cidade e que ficou admirado com o equipamento resgatado para
lembrar que o local já abrigou uma sala de projeção de filmes. O filme
escolhido tinha uma trama de mistério, suspense e dose exata de humor. Afinal,
trata-se de um filme do mestre Alfred Hitchcock: Ladrão de Casaca.
"Fiquei ansioso para conhecer e assistir o Filme, não
só eu o povo em geral numa euforia grande" conta Juarez Letaef.
Foto: Orestes Locatel /Jornal MIRANTE.
Texto: Mauricio Mignone.
Fundado nos anos 50 como Cine São Luiz, nos anos 70 virou
Cine Plaza e em seus últimos anos (90) foi rebatizado como Cine Luamar. Foi o último
guerreiro entre os cinemas de Cachoeiro (07 no total), resistindo enquanto foi
possível - até surgirem as primeiras salas: duas no Viva Cinema e duas no
Shopping Cachoeiro (todas já desativadas). Hoje vivemos dias melhores e bem
servidos: são 04 salas confortáveis no Shopping Sul e 03 no Perim Center, com
ar refrigerado, 3D e grandes lançamentos. Pena que 90% dos filmes sejam
dublados, isso considero um retrocesso. Mesmo assim, não existe lugar melhor
pra assistir a um filme que no cinema.
"Quando fechou o cinema os projetores ficaram. Como
eram muitos pesados,não houve compradores para os equipamentos e ficaram
guardados" conta Juarez.
O filme de estreia era "Ladrão de Casaca"
Ladrão De Casaca - Assista online esse e outros sucessos no
Telecine
Ir ao cinema era programa obrigatório entre as famílias.
Principalmente quando os filmes eram de Hollywood. Ladrão de Casaca era
assinado por Alfred Hitchcock. Quem viu sabe o que significa: "Filme muito
bom, excelente roteiro" Avalia Juarez. "Quando passou a Vida de
Cristo e Marcelino Pão e Vinho, tinha filas até o outro lado da Ponte"
relembra Letaef.
Sinopse:
O veterano ladrão de joias John Robie (Cary Grant),
conhecido como "o Gato", se vê obrigado a voltar à ativa quando uma
série de assaltos semelhantes aos que costumava praticar assusta seus vizinhos
na Riviera Francesa e chama a atenção da polícia. Disposto a capturar o
verdadeiro culpado e provar sua inocência, ele arma um plano que envolve a
mimada e bela Frances Stevens (Grace Kelly).
Conheça o equipamento:
Lá pelos idos dos anos 30, o então jovem Rocco Canteruccio,
em sociedade com os dois amigos fundou a Empresa R. Canteruccio & Cia
Ltda., com sede à Rua do Triumpho, (que durante muitos anos foi o centro da
cinematografia em São Paulo). Em 1939 o Jair retirou-se da Empresa, que passou
e ter a denominação, Canteruccio & Lamanna, com nome fantasia Empresa
Cinematográfica Triumpho. Então, com ajuda de um grande amigo, o Sr. Antônio
Pratici, exibidor na época na cidade de Guarulhos, eles compraram alguns equipamentos
e começaram a fabricar os projetores Triumpho.
Durante essa sociedade, foi fabricado mais de 300 conjuntos
de projetores e em 1955 passou, também, a fabricar os projetores para a RCA,
que equipava vários cinemas na epóca. Foram fabricados, neste período, pela
Triumpho alguns conjuntos de projetores 35/70mm. A Triumpho chegou a exportar
alguns equipamentos para a Bolívia e Paraguai.
A pequena indústria prosperou na Rua do Triumpho, até que em
1951, compraram em Santana - SP, de uma indústria de ampolas para produtos
farmacêuticos, um imóvel com mais de 1500 m², onde montaram um novo local para
fabricação dos seus equipamentos, ficando na Rua do Triumpho, sua loja,
escritórios e o departamento elétrico onde se fabricava o som e, por algum
tempo, também, uma oficina de tapeçaria. Durante essa sociedade, foi fabricado
mais de 300 conjuntos de projetores e em 1955 passou, também, a fabricar os
projetores para a RCA, que equipava vários cinemas na epóca.
* Ramon Barros é profissional multimídia
Texto e imagens reproduzidos do site: jornalfato.com.br
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