Texto reproduzido do site do JORNAL GAROPABA, em 16 de
outubro de 2020
Darci Costa: a vida e a paixão pelo cinema
Floripa, Reportagens, Santa Catarina
Faleceu em Florianópolis aos 94 anos o jornalista e
radialista Darci Costa, um profissional que marcou a comunicação catarinense no
século passado como o mais qualificado crítico de cinema.
Começou com comentários na Rádio Guarujá, publicou inúmeras
crônicas no jornal O Estado, com críticas sobre filmes nacionais e
estrangeiros, e se consagrou na televisão, mantendo programa sobre cinema, com
análises, sugestões e críticas.
No início da década de 60, Darci experimentou um projeto
semelhante ao Art 7: o Cine Central, que teve dois anos de duração.
O Cine Central funcionou na rua Felipe Schmid, onde hoje
funciona as Livrarias Catarinense. Entre as recordações, Darci guardava, em um
dos cômodos de sua casa, o maquinário de projeção e alguns rolos de celuloides.
Pôsteres de filmes e painéis montados artesanalmente adornam as paredes da
sala. Mais de três mil DVDs lotam estantes, com muitos clássicos.
Leonardo Silas da Costa, que se dedica ao comércio de livros
na Livraria Paulus e conheceu de perto a paixão de Darci Costa pelo cinema, deu
um depoimento sobre o amigo falecido.
Escreveu: “De outubro de 1986 a novembro de 1997, uma das
duas opções para quem quisesse fugir dos filmes “de mercado” exibidos nas salas
do Centro de Florianópolis – e depois nos shopping centers da região – era o cinema
do CIC. A outra era o Cine Art 7. Não havia glamour na sala, com poltronas e
piso de madeira. Mas a simplicidade era compensada pela paixão. Junto ao sócio
Alberto Fermiano, Darci Costa conseguiu manter o Art 7, localizada no antigo
prédio da prefeitura de Florianópolis (hoje sede do Badesc), funcionando contra
todas as adversidades.
Fã de westerns e musicais, em certa ocasião, para assistir O
Intrépido General Kuster (1941), Darci perdeu o último ônibus da noite.
Resultado: caminhou do centro até o final do Saco dos Limões, onde morava,
debaixo de chuva torrencial e com a cidade às escuras por causa de um blecaute.
“Em outra ocasião, sem dinheiro para pagar o ingresso, acomodou-se próximo à
sala de projeção, contentando-se em ouvir os diálogos do capítulo final de um
seriado de aventura”.
Texto reproduzido do site: jornalgaropaba.com.br
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