sábado, 2 de janeiro de 2021

Darci Costa: a vida e a paixão pelo cinema

Texto reproduzido do site do JORNAL GAROPABA, em 16 de outubro de 2020

Darci Costa: a vida e a paixão pelo cinema

Floripa, Reportagens, Santa Catarina

Faleceu em Florianópolis aos 94 anos o jornalista e radialista Darci Costa, um profissional que marcou a comunicação catarinense no século passado como o mais qualificado crítico de cinema.

Começou com comentários na Rádio Guarujá, publicou inúmeras crônicas no jornal O Estado, com críticas sobre filmes nacionais e estrangeiros, e se consagrou na televisão, mantendo programa sobre cinema, com análises, sugestões e críticas.

No início da década de 60, Darci experimentou um projeto semelhante ao Art 7: o Cine Central, que teve dois anos de duração.

O Cine Central funcionou na rua Felipe Schmid, onde hoje funciona as Livrarias Catarinense. Entre as recordações, Darci guardava, em um dos cômodos de sua casa, o maquinário de projeção e alguns rolos de celuloides. Pôsteres de filmes e painéis montados artesanalmente adornam as paredes da sala. Mais de três mil DVDs lotam estantes, com muitos clássicos.

Leonardo Silas da Costa, que se dedica ao comércio de livros na Livraria Paulus e conheceu de perto a paixão de Darci Costa pelo cinema, deu um depoimento sobre o amigo falecido.

Escreveu: “De outubro de 1986 a novembro de 1997, uma das duas opções para quem quisesse fugir dos filmes “de mercado” exibidos nas salas do Centro de Florianópolis – e depois nos shopping centers da região – era o cinema do CIC. A outra era o Cine Art 7. Não havia glamour na sala, com poltronas e piso de madeira. Mas a simplicidade era compensada pela paixão. Junto ao sócio Alberto Fermiano, Darci Costa conseguiu manter o Art 7, localizada no antigo prédio da prefeitura de Florianópolis (hoje sede do Badesc), funcionando contra todas as adversidades.

Fã de westerns e musicais, em certa ocasião, para assistir O Intrépido General Kuster (1941), Darci perdeu o último ônibus da noite. Resultado: caminhou do centro até o final do Saco dos Limões, onde morava, debaixo de chuva torrencial e com a cidade às escuras por causa de um blecaute. “Em outra ocasião, sem dinheiro para pagar o ingresso, acomodou-se próximo à sala de projeção, contentando-se em ouvir os diálogos do capítulo final de um seriado de aventura”.

Texto reproduzido do site: jornalgaropaba.com.br

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