domingo, 28 de fevereiro de 2021

Do analógico ao digital: a evolução do cinema


Legenda de foto > Os Irmãos Lumiére e sua invenção – o cinematógrafo.

Publicado originalmente no blog BOX DIGITAL, em 10 de setembro de 2013

Do analógico ao digital: a evolução do cinema

Invenção que revolucionou o campo das artes e o universo da Indústria Cultural, o cinema surge há mais de um século e, no decorrer de sua trajetória, se consolida como um importante setor no desenvolvimento das dinâmicas sócio-cultural e econômica das sociedades. A evolução técnica que permitiu o surgimento do cinema, em 1895, nunca cessou.

O cinema surgiu pelo desenvolvimento e interseção de várias inovações, possibilitadas principalmente pelas pesquisas no domínio fotográfico e no domínio das ciências óticas. Nestas últimas, destaca-se a tentativa de entender o fenômeno da persistência retiniana e a sua relação com a ilusão de movimento.

É atribuído aos irmãos Auguste e Louis Lumière o título de pais do cinema, pela criação do aparelho que melhor conseguiu reproduzir imagens com movimento (ou ilusão de movimento), o Cinematógrafo, um aparelho híbrido – filmador, copiador e projetor – que registrava uma série de fotogramas fixos, criando a ilusão de movimento que durante certo tempo ocorria em uma lente e depois esse movimento era reproduzido com a projeção das imagens sobre uma tela a 16 quadros por segundos. Esse aparelho foi desenvolvido com base na criação do cinetoscópio de Thomas Edison e William Dickson.

Com o passar dos anos, as inovações tecnológicas e as demandas de mercado foram exigindo que o cinema aprimorasse seus equipamentos. É desse modo que ele vai deixando de ser mudo e começa a ser falado – inicialmente orquestrado, depois o som é acoplado à película. Vai adquirindo cores. As narrativas vão adquirindo visões complexas e artísticas do mundo.

Quase um século depois, no contexto da revolução eletrônica e informática, com o nascimento e difusão do computador, desenvolve-se o cinema digital. Essa inovação foi importante para todo o campo cinematográfico – da produção à distribuição.

Antigamente, a edição do filmes era feita na moviola, um equipamento que literalmente era responsável pelos cortes na montagem. Com a ajuda dos computadores houve um grande avanço, mas agora é possível editar as imagens logo após a sua gravação, sem ser necessário passar por qualquer processo de conversão. (VITAL, 2007)

O grande trunfo do cinema digital é sem dúvida os benefícios decorrentes do baixo custo na produção e na distribuição, quando comparados às películas. Estas demandam muitos recursos para a gravação de fitas, distribuição e projeção no mundo inteiro, de modo que as grandes empresas ponderam bastante na escolha de filmes em películas, sob o risco de não obterem retorno do investimento. Isso não tem impedido que a indústria ainda invista milhões de dólares em obras analógicas. Apesar das facilidades do digital e do inconveniente com o desgaste que a película vai sofrendo à medida que vai sendo reproduzida, grande parte do público e dos cineastas acredita que a única coisa que o digital não conseguiu superar no analógico foi na qualidade e na beleza da imagem. Os filmes de película ainda guardam para si uma aura.

Apesar da maior facilidade de piratear um filme digital, o que praticamente não ocorre no analógico, que causa prejuízos incalculáveis para a indústria cinematográfica, o sistema digital também oferece saída para esse problema, que não é moderno, como podemos observar nas palavras de Cláudia Vital:

Os filmes digitalizados são cifrados e protegidos por um eficaz sistema chamado algoritmo AES Advanced Encryption Standard, em português Padrão de Criptografia Avançado, e guardados num disco rígido que é enviado para as salas de espetáculos, evitando assim os DVDs e a transmissão por difusão ou terrestre, que poderia ser facilmente copiada.” (VITAL, 2007).

 A tecnologia digital, que se espalhou para outras grandes mídias, inovou no cinema em outro aspecto: a técnica da terceira dimensão – já comentada e explicada no post A terceira dimensão em tela! no qual apresentamos uma reflexão interessante sobre as transformações e as imbricações sociais que essa técnica apresenta.

Texto e imagem reproduzidos do blog: boxdgtl.wordpress.com

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