Legenda da foto: Projetores do antigo cinema do CEP em 1963.
Publicado originalmente no blog CINEACADEMIA, em 5 de maio de 2012
História do cinema do CEP é esquecida
O Colégio Estadual do Paraná é uma das mais antigas instituições de ensino público do estado e teve sua inauguração quando o Paraná ainda era uma província do estado de São Paulo. As paredes do colégio contêm anos de histórias, muitas delas esquecidas com o passar do tempo. É o caso da antiga sala de cinema que funcionou dentro do CEP entre as décadas de 50 e 70.
Em 1950, Curitiba já contava com várias salas de cinema, entre elas: o Cine Avenida, localizado no Palácio Avenida da Rua XV de Novembro, o e Cine Ópera, situado na Rua Luiz Xavier. No dia 29 de março do mesmo ano, com a inauguração do Colégio Estadual do Paraná em sua atual sede, a cidade ganhou mais um espaço para projeção de filmes. Com sessões gratuitas aos sábados e domingos o cinema exibia os mesmos títulos que estavam em cartaz no resto da cidade.
“As máquinas, da marca CENTURI, eram movidas a carvão. Então era preciso agilidade para que a iluminação na tela não fosse se apagando” conta Ostap Vsevolod Moisa, que trabalha no colégio desde os anos 70 e vivenciou parte dessa historia. Segundo ele os filmes exibidos eram em carretéis, cada filme tinha em média doze partes que eram colocadas alternadamente em dois projetores. “A gente fechava a objetiva de uma máquina e emendava a outra parte do filme” conta e acrescenta, ”além disso, as películas tinham que ser rebobinadas antes de voltar para a locadora”.
Nos anos 70 o cinema deixou de exibir os filmes em cartaz da época pois parou de receber o apoio do Cine Avenida, que era responsável pelo fornecimento das películas. Decorrendo disso outros projetos foram criados e a sala começou a exibir apenas filmes didáticos, de diversas disciplinas, voltados para os estudantes do colégio. Anos depois, em 1983, o projeto chegou ao fim e a sala de cinema foi desativada. Atualmente o espaço é utilizado como um auditório destinado a eventos.
Desde então não se sabe ao certo o que aconteceu com as películas e as máquinas de projeção que restaram do antigo cinema. O que dificulta o acesso à maiores informações sobre o assunto é que os atuais funcionários não conhecem nada sobre a história do cinema, e os antigos ou não trabalham mais no colégio ou já faleceram. Outra dificuldade é a enorme burocracia envolvida no processo de pesquisa por se tratar de um assunto que envolve um órgão público.
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Produção: Agência Ciclos
Texto: Amanda Vicentini, Mariana Siqueira e Olívia D'Agnoluzzo
Edição: Pauline Féo
Imagens: Arquivo e Mariana Siqueira
Texto e imagem reproduzidos do blog: cineacademia blogspot com
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