Publicado originalmente no "Portal Uruguaiana", em 9 de Julho de 2013.
Cineasta lamenta uma cidade sem sala de cinema
O documentário “Abelardo”, dirigido pela uruguaianense Ane
Siderman, conta a história do projecionista do cinema de Uruguaiana.
Um ano após o documentário sobre o projecionista do Cinema
de Uruguaiana, “Abelardo”, ganhar dois prêmios em festivais no Chile e Bahia, o
protagonista do documentário perde seu emprego. Produzido pela produtora
Accorde Filmes e dirigido pela uruguaianense e cineasta Ane Siderman, o
documentário “Abelardo” mostra a paixão do projecionista pelo trabalho
executado por 53 anos no local.
No filme de 15 minutos, Abelardo - que também se tornou
conhecido em festivais por onde passou em Portugal, Espanha, Itália, Argentina,
México, Venezuela, Colômbia e Uruguai - conta que tentou seguir outras
profissões, mas que não foi feliz. O humilde senhor narra que somente no cinema
se sentia vivo. O homem conta, ainda,
que herdou o oficio e o nome do pai. José Antônio da Silva Ballestero, o
Abelardo, disse que apenas uma vez ficou doente e assim mesmo foi trabalhar.
Ganhava pouco, trabalhava sem poder tirar férias, pois não havia ninguém para
substituí-lo. Mas isso não era problema para ele, Abelardo era apaixonado pela
projeção.
Por conhecer o amor de um homem por seu ofício, a cineasta
Ane Siderman lamenta o fechamento do cinema de Uruguaiana (justamente a um mês
do Festival de Gramado). “É uma pena que uma cidade com o porte de Uruguaiana
não tenha cinema hoje, pois por maior que seja a tecnologia, nada se compara à
magia e grandiosidade de um cinema. Ir ao cinema é um evento social e cultural,
ir com a família, com os amigos, amores, sentar na sala em frente a uma tela
grande, sentir a emoção da plateia, ouvir um bom som, uma projeção de
qualidade, isso não tem preço”.
Texto e imagem reproduzidos do site: portaluruguaiana.com.br
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