quinta-feira, 1 de junho de 2017

José Luiz Zagati (1950 - 2016)

Foto: Arquivo/Eduardo Toledo/ O Taboanense.
Postada por Máquina de Cinema, para ilustrar a presente matéria.

Texto publicado no site Taboão em Foco, em 27 de outubro de 2016.

Zagati, o catador de sucatas que amava cinema, morre aos 66 anos de câncer

Da redação do Taboão em Foco

Morreu na noite desta quarta-feira (26 de outubro de 2016) José Luiz Zagati (66 anos), o catador de sucatas, que transformou a garagem de sua casa em Taboão da Serra em um cinema e passava filmes para crianças carentes. Ele estava internado no Instituto do Câncer onde fazia tratamento contra a doença. O enterro aconteceu na manhã desta quarta (27) no Cemitério da Saudade. Ele deixa 9 filhos.

Zagati era um catador de sucatas apaixonado por filmes. Durante anos, aos domingos, transformava a garagem da sua casa no “Mini-Cine Tupy” e passava filmes em película 16 mm para as crianças do bairro Jardim Record, com direito a pipoca.

Sua história ganhou páginas de jornais, estampou sites, matérias nas principais emissoras de televisão e culminou com os documentários “Mini-cine Tupy”, de Sérgio Block e “Zagati” , de Edu Felistoque , que lhe rendeu o troféu Kikito, Oscar do cinema brasileiro.

Em entrevista há anos a Rede Record, Zagati contou como construiu o cinema. “Comecei com os materiais encontrados no lixo, inclusive as primeiras cadeiras. E eu recebo doações de pessoas. Pessoas que tem filme em casa vem me trazer, encontram no lixo projeto quebrado, outros vem me trazer fitas de vídeos. A gente começou tirando um pouquinho do que ganho. Se tenho dez reais, tiro dois e deixo para o cinema. Se você quer fazer mesmo aquilo que tem dentro do coração, você consegue do nada”, disse.

A jornalista Cristina Aguilera, que fazia de forma voluntária o papel de assessora de imprensa, conta um pouco da importância dele.

“Acompanhei e divulguei a história desde início. Zagati deu notoriedade para a cidade de Taboão da Serra, sua história foi divulgada nas mais importantes mídias do país e também no exterior. Hoje ele é referência quando se fala em cinema, sua história virou vários documentários, ele ganhou o troféu kikito, que é o Oscar do cinema nacional. Muitos que amam a sétima arte se perguntam como um simples catador de sucatas conseguiu construir um cinema. Talvez porque não tivessem conhecido Zagati, sua força, orgulho e amor pelo cinema”, diz Cristina.

Recentemente, ela criou uma ‘vakinha’ virtual para arrecadar dinheiro e ajudar a família a custear as despesas que passaram a ter após a doença.

Texto reproduzido do site: taboaoemfoco.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário